Nós somos cientistas. Nós não blogamos. Nós não twittamos. Fazemos
as coisas a nosso ritmo.
Mas não nos levem a mal - dizemos sim para a ciência acelerada do
início do século 21. Dizemos sim ao constante fluxo deperiódicos
avaliados por pares e a seu impacto; dizemos sim para blogs de
ciência e para a necessidade de mídia e derelações
públicas; dizemos sim à crescente especialização e
diversificação em todas as disciplinas. Nós também dizemos
simpara que a pesquisa dê retorno na saúde e na prosperidade
futura. Todos nós estamos neste jogo também.
No entanto, sustentamos que isto não pode ser tudo. A
ciência precisa de tempo para pensar. Ciência precisa de
tempo paraler, e tempo para falhar. A ciência nem sempre sabe
o que pode ser crucial agora. A ciência se desenvolve de
modo inconstante, com movimentos bruscos e saltos imprevisíveis para
a frente - ao mesmo tempo, no entanto, arrasta-seprogredindo em
uma escala de tempo muito lenta, para a qual deve haver
espaço e para a qual a justiça deve ser feita.
A ciência lenta foi praticamente a única ciência concebível por
centenas de anos; hoje, argumentamos, ela merece serrevivida e
necessita proteção. A sociedade deve dar aos cientistas o tempo
necessário, mas mais importante, os cientistas devem fazer a seu ritmo.
Precisamos de tempo para pensar. Precisamos de tempo para
digerir. Precisamos de tempo para nos desentendermos,
especialmente quanto à promoção do diálogo perdido entre as humanidades
e as ciências naturais. Nós não podemoscontinuamente dizer
o que nossa ciência significa, para que ela servirá,
porque nós simplesmente ainda não sabemos. A ciência precisa
de tempo.
– Fique conosco, enquanto pensamos.
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