quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

JORNADAS BOLIVARIANAS/ VIII EDIÇÃO – ABRIL DE 2012


PRIMEIRA CHAMADA PÚBLICA PARA APRESENTAÇÃO DE TRABALHOS

Já está aberta a chamada pública para apresentação de trabalhos nas Jornadas Bolivarianas do ano de 2012, que acontecem de 23 a 27 de abril, na Universidade Federal de Santa Catarina.

As Jornadas são o evento anual do Instituto de Estudos Latino-Americanos da UFSC, e na sua oitava edição terá como tema: O CARIBE E SUA RELAÇÃO COM A AMÉRICA LATINA.

Os interessados devem preencher a ficha de inscrição disponível na página do IELA (www.iela.ufsc.br), no enlace “Jornadas Bolivarianas” e encaminhar via o correio eletrônico do Instituto (iela@iela.ufsc.br).

Prazo para entrega dos trabalhos: 03 de abril de 2012

APRESENTAÇÃO DE TRABALHOS:

I - A apresentação de trabalhos acadêmicos nas Jornadas Bolivarianas – 8ª Edição tem como finalidade valorizar a produção e a disseminação do conhecimento no campo da América Latina, bem como oportunizar o intercâmbio de análises e pesquisas sobre o tema;

II - Os trabalhos inscritos deverão abordar assunto relativo aos estudos sobre a América Latina, que problematize aspectos referentes à temática geral das Jornadas.

III – Os trabalhos deverão ser encaminhados ao correio eletrônico do Iela (iela@iela.ufsc.br), junto com ficha de inscrição, disponibilizada ao final destas observações.

IV - Os trabalhos poderão ter mais de um autor, conforme item 8 abaixo.

V - Os trabalhos serão de responsabilidade exclusiva de seus autores, independentemente da instituição a que estejam vinculados.

ANÁLISE PRÉVIA E SELEÇÃO

VI - Os trabalhos serão selecionados segundo os seguintes critérios:

a) Consistente fundamentação teórico-metodológica;
b) Criticidade;
c) Originalidade;
d) Relevância científica para o aperfeiçoamento dos estudos em América Latina;

VII - Os trabalhos serão avaliados por pareceristas, integrantes do conselho de pesquisadores do IELA/UFSC e convidados.

VIII - A relação dos trabalhos selecionados para apresentação oral será divulgada nas páginas do IELA/UFSC, no dia 10 de abril de 2012, com o envio de carta de confirmação para o endereço eletrônico ou convencional dos autores;

IX - Todos os trabalhos enviados serão publicados nos Anais das Jornadas Bolivarianas/Oitava Edição, que serão disponibilizados apenas eletronicamente.

X - As apresentações orais selecionadas acontecem num dos períodos da tarde durante as Jornadas. Observar a programação.

XI – Cada autor de trabalho selecionado para apresentação oral terá 20 minutos para expor sua pesquisa.
Observação: Não serão cobradas inscrições para as Jornadas Bolivarianas. As demais despesas serão de responsabilidade dos participantes.

CRITÉRIOS PARA APRESENTAÇÃO

XII - Os trabalhos inscritos deverão obedecer aos seguintes critérios de apresentação:

01 . O trabalho deverá ser enviado em Documento Word (ou similar) letra (tipo/fonte) TIMES NEW ROMAN 12, texto justificado, entrelinhas 1,5, em folha configurada para tamanho A4 com as seguintes margens: 3 cm na partes superior, inferior, acima e abaixo. As páginas deverão ser numeradas no canto inferior direito, incluindo a primeira página.

02 . O resumo, em português, deverá vir logo abaixo do título, sub-título, nome do autor, palavras-chave, e deverá ter no máximo 200 palavras, letra (tipo/fonte) TIMES NEW ROMAN 12, texto justificado.

03 . O trabalho não deverá superar 15 páginas incluindo o resumo, palavras-chave, as notas de rodapé e bibliografia final.

04 . As notas de rodapé deverão ser apresentadas numeradas.

05 . O título e subtítulo deverão ser em negrito, no mesmo tipo de letra.

06 . O nome do(s) autor(es) deverá (ão) estar alinhado à margem direita.

07 . A Bibliografia se incluirá ao final do trabalho, ordenada alfabeticamente pelo sobrenome do autor.

08 . O limite de apresentação de trabalho por pessoa será de uma como autor e uma como co-autor.

09 . Não se aceitarão trabalhos que não se ajustem a estes critérios de apresentação.

10 . O trabalho deverá ser enviado por via eletrônica ou entregue gravado em CD, em envelope fechado, no qual apareçam o(s) nome(s) do(s) autor(es) , pessoalmente ou por correio postal ao seguinte endereço:

Jornadas Bolivarianas – 8ª. Edição – 2012
Apresentação de Trabalhos
IELA/Instituto de Estudos Latino Americanos
Universidade Federal de Santa Catarina
CSE . Bloco D . Primeiro andar
Campus Trindade
Florianópolis SC Brasil
88010-970

Mais Informações: IELA/Instituto de Estudos Latino Americanos - Universidade Federal de Santa Catarina (site: www.iela.ufsc.br;  e-mail: iela@iela.ufsc.br)

terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

PROJETO DE LEI QUE PRETENDE ALTERAR A LEI QUE DISPÕE SOBRE O EXERCÍCIO DA PROFISSÃO DE SOCIÓLOGO

COMISSÃO DE EDUCAÇÃO E CULTURA

PROJETO DE LEI Nº 1.446, DE 2011

Altera a Lei nº 6.888, de 10 de dezembro de 1980.

Autor: Deputado CHICO ALENCAR
Relatora: Deputada ROSANE FERREIRA

I - RELATÓRIO

O projeto de lei em exame, de autoria do Deputado Chico Alencar (PSOL-RJ), pretende alterar a lei que dispõe sobre o exercício da  profissão de sociólogo (Lei nº 6.888/80), para garantir que o ensino de Sociologia seja apenas ministrado por profissionais habilitados, nos termos da  legislação em vigor. Para tanto, prevê que somente poderão ministrar aulas de Sociologia  os licenciados em Sociologia, Sociologia e Política ou Ciências  Sociais, com licenciatura plena obtida em estabelecimento de ensino superior,  oficial e reconhecido. Assim, fica garantida a competência para o exercício do magistério - ensino de Sociologia aos profissionais acima referidos.

O autor da proposição faz a seguinte consideração  preliminar em sua justificativa: “Este projeto foi originalmente apresentado pelo  Deputado Mario Heringer (PDT/MG), em março de 2009 (PL 4781/2009), e foi arquivado no início de 2011 em razão da mudança de legislatura, sem sua apreciação pelas comissões respectivas. Dados os nobres propósitos do projeto, estou reapresentando-o, de modo a permitir a sua discussão pelo Parlamento”.

E acrescenta: “O exercício da profissão de Sociólogo foi regulamentado no Brasil no ano de 1980, por meio da Lei nº 6.888. De acordo com esse diploma legal, uma das competências do sociólogo é o ensino de Sociologia geral ou especial nos estabelecimentos de ensino. Como a lei não previu ao sociólogo exclusividade na competência do magistério das disciplinas de Sociologia ocorre que, tanto no ensino médio como no ensino superior, os sociólogos vêm gradativamente perdendo a cátedra de Sociologia para profissionais de outras áreas sem a devida formação na matéria”.

Conforme dispõe o art. 24 do Regimento Interno desta Casa Legislativa, a matéria foi distribuída para as Comissões de Educação e Cultura (CEC) e de Constituição, Justiça e de Cidadania (CCJC). Na Comissão de Educação e Cultura não foram oferecidas emendas no prazo regimental.

Cabe à Comissão de Educação e Cultura examinar o mérito educacional da matéria, para o qual fui designada relatora.

É o relatório.

II - VOTO DA RELATORA

Após os anos de exceção vividos durante o regime militar (1964-1985), em que a juventude brasileira se viu privada, nos bancos escolares, do ensino de duas das mais importantes disciplinas para sua formação cidadã, eis que foi promulgada a Lei nº 11.684, de 2008, que promoveu o retorno da Filosofia e da Sociologia como disciplinas obrigatórias em todas as séries do ensino médio.

A alteração proposta pela presente proposição visa atribuir competência exclusiva ao sociólogo na atividade de docência da Sociologia, de modo  a evitar que profissionais de outras áreas assumam cátedras que devem ser ocupadas  pelo sociólogo.  Assim, assegura-se o direito de quem é portador de licenciatura plena em Sociologia para o exercício do magistério em nível médio e nas instituições de ensino superior, além de promover a tão desejada qualidade do ensino em nossas escolas.

Concordamos plenamente com o autor da matéria ao mencionar  que,  por possuir uma formação mínima de quatro anos especificamente dedicados às Ciências Sociais, o professor mais adequado para o ensino da Sociologia não pode ser outro senão o próprio sociólogo, com licenciatura plena.

Vale ressaltar que essa posição está de acordo com os preceitos legais vigentes, estabelecidos pela atual Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei nº 9.394/96), que determina:

“Art. 61.................................................................................................................

Parágrafo único.  A formação dos profissionais da educação, de modo a atender às especificidades do exercício de suas atividades, bem como aos objetivos das diferentes etapas e modalidades da  educação básica, terá como fundamentos:

I - a presença de sólida formação básica, que propicie o conhecimento dos fundamentos científicos e sociais de suas competências de trabalho;

Art. 62. A formação de docentes para atuar na educação básica far-se-á em nível superior, em curso de licenciatura, de graduação plena, em universidades e institutos superiores de educação,..”.

No entanto, considero, após ouvir as ponderações de meus Pares nesta Comissão, que é preciso dar um prazo mínimo para que os respectivos sistemas de ensino dos estados e municípios possam se adequar às mudanças introduzidas pela Lei, sobretudo porque muitas escolas de ensino médio  ainda  não dispõem de professores qualificados e habilitados ao exercício do magistério em Sociologia.

Neste sentido, apresentamos o substitutivo anexo, em que propomos  o prazo de 5 (cinco) anos  para que os sistemas de ensino implantem as mudanças decorrentes desta Lei, incluída a necessária e adequada formação dos respectivos professores para  atuarem, em númerosuficiente, no ensino de Sociologia.

Face ao exposto, manifesto-me pela aprovação da matéria, nos termos do substitutivo anexo.

Sala da Comissão, em  7 de novembro de 2011.

Deputada ROSANE FERREIRA
Relatora

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

CHAMADA DE ARTIGOS DA REVISTA DEBATES‏

Informamos que o v. 5 n. 2 da Revista Debates – Revista de Ciência Política do Núcleo de Pesquisa sobre a América Latina e do PPG em Ciência Política da UFRGS se encontra online (www.revistadebates.ufrgs.br) com o dossiê Opinião Pública, Eleições e Participação Política nas Democracias Contemporâneas, organizado pelos professores Denise Paiva, Helcimara Telles e Pedro Mundim.

Informamos também que estamos recebendo artigos para os dossiês abaixo especificados:

- Dossiê Democracia e Políticas Públicas

Organizadores: Hemerson Luiz Pase e Patrícia Rodrigues Chaves da Cunha do PPG em Ciência Política da Universidade Federal de Pelotas (UFPel).

Descrição: É notório o crescimento do entusiasmo do debate sobre as políticas públicas no interior do campo de conhecimento da Ciência Política. Embora não tenha surgido exclusivamente a partir dos estudos clássicos que deram origem à área de conhecimento da Ciência Política, é nela que a sub-área da análise políticas públicas encontra a mais confortável estabilidade pois estuda diretamente a ação do Estado que se movimenta a partir do comando de governos que, em democracias, precisam vencer eleições, convencer cidadãos, estabelecer coalizões viáveis e vencedoras. Não obstante, a definição da agenda tanto quanto a elaboração, execução, fiscalização e financiamento das políticas públicas defrontam-se ininterruptamente com a cultura política brasileira marcada pela sujeição e / ou pouca participação e pela cidadania ambígua e inconclusa. Isto posto, propomos um dossiê que reúna artigos discutindo a relação entre a democracia e políticas públicas, destacando a ação do Estado nas políticas setoriais, políticas sociais e compensatórias e, em sentido contrário, a relação entre a cultura política brasileira, que conforma padrões de comportamentos, em sua relação com programas e políticas que podem ser influenciados por esses padrões ou atitudes dos atores políticos.

Data limite para submissão de artigos: 01 de maio de 2012. O dossiê será publicado no v.6 n.2 da Revista Debates, em agosto de 2012.

- Dossiê Qualidade da Democracia

Organizador: Alfredo Alejandro Gugliano do PPG em Ciência Política da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).

Descrição: Nos últimos anos, o tema da democracia foi central nos debates político sem nível mundial. Mesmo existindo dinâmicas diferenciadas de democratização, uma problemática que vem sendo internacionalmente discutida é a da qualidade da democracia. Em debates recentes, vários especialistas estão apontando que, além de cumprir um conjunto de regras, as democracias contemporâneas deveriam ser caracterizadas pela qualificação das suas ações políticas demonstrando, entre outras, capacidade de organizar a gestão pública de modo a oferecer uma estrutura administrativa eficiente e estimular políticas públicas que potencializem o desenvolvimento social. Consequentemente, uma parcela importante de cientistas sociais passou a dedicar suas pesquisas a analisar de forma minuciosa a organização e as ações dos governos democráticos, de maneira a não apenas entender o funcionamento das suas estruturas, mas, também sugerir sistemas de classificação a partir dos quais fosse possível diferenciar democracias estáveis e bem estruturadas, daquelas outras nas quais os processos democráticos ainda eram muito incipientes. Contudo, a classificação das democracias em indicadores de qualidade gerou grandes polêmicas. Não foram poucos os autores a advertir que não se trataria de classificar, mas de redirecionar o debate da qualidade da democracia visando apontar para o desenvolvimento de determinadas políticas públicas, como seria o caso da transparência administrativa e da inclusão dos cidadãos no processo de deliberação estatal, com o fim de ampliar a legitimidade das ações dos governos democráticos. Partindo do pressuposto de que ainda estamos longe de superar essas diferenças, a proposta do presente dossiê é apresentar um conjunto de textos que enriqueçam a polêmica sobre a qualidade da democracia a partir da diversidade de perspectivas que hoje compõe as diferentes vertentes do debate sobre a questão. Sendo assim, estamos abertos para contribuições que analisem essa problemática não apenas desde a perspectiva institucional ou culturalista, mas, também desde a ótica dos diferentes conflitos e interações que envolvem a relação entre as estruturas estatais e a sociedade.

Data limite para submissão de artigos: 01 de setembro de 2012. O dossiê será publicado no v.6 n.3 da Revista Debates, em dezembro de 2012.

Anunciamos ainda que estamos recebendo também colaborações em formato de artigos livres, resenhas e notas de pesquisa, nos idiomas português, espanhol ou inglês.

sábado, 25 de fevereiro de 2012

XV CONGRESSO NACIONAL DOS SOCIÓLOGOS, VIII ENCONTRO NACIONAL DOS CURSOS DE CIÊNCIAS SOCIAIS e I SIMPÓSIO DE EXPERIÊNCIAS EM EDUCAÇÃO TUTORIAL


O XV Congresso Nacional dos Sociólogos, o VIII Encontro Nacional dos Cursos de Ciências Sociais, e o I Simpósio de Experiências em Educação Tutorial formam um evento conjunto que visa ampliar o debate acerca do longo processo de profissionalização dos sociólogos no país, da forma como o conhecimento científico é reproduzido e aplicado pelos profissionais da área, e do modo como a formação acadêmica empresta ferramentas para o trabalho do sociólogo.

De 12 a 15 de abril de 2011
PUC/RS – Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul
Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas – Prédio 5
Av. Ipiranga, 6681 – Partenon – Porto Alegre/RS

Público alvo: Dirigentes, técnicos e docentes da profissão, estudantes de graduação e pós-graduação das Ciências Sociais.

Público estimado: 300 pessoas

Informações e Inscrição
Rua Vigário José Inácio, 303, 3º andar, Centro, Porto Alegre/RS
(51) 3062-7732 – sinsociologos@gmail.com

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

SEMINÁRIO INTERNACIONAL INSTITUIÇÕES, COMPORTAMENTO POLÍTICO E GEOGRAFIA DO VOTO


O Seminário Internacional Instituições, Comportamento Político e Geografia do voto tem por objetivo constituir um espaço de debates em torno da aplicação de métodos de análise espacial aos mais variados campos de estudo da ciência política, desde as pesquisas sobre comportamento legislativo e conexão eleitoral, passando pelo estudo dos partidos políticos e territórios eleitorais, representação política, e produção de políticas públicas e seus impactos e condicionantes políticos e territoriais. O evento busca estimular a integração e o diálogo entre as pesquisas que já vêm sendo desenvolvidas, além de abrir oportunidade para a apresentação de trabalhos acadêmicos que ainda carecem de espaço e visibilidade nos congressos da área.

O Seminário é organizado pelo Laboratório de Instituições, Comportamento e Políticas Públicas (LAPCIPP), núcleo de pesquisa vinculado ao Programa de Pós-Graduação em Ciência Política da Universidade de Brasília. A realização do evento conta com o apoio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), Câmara Legislativa do Distrito Federal e Observatório das Metrópoles.

O Seminário ocorrerá no período de 15 a 17 de maio de 2012 no Instituto de Biologia da Universidade de Brasília. A programação inclui mesas-redondas e conferências com a presença de especialistas de instituições brasileiras e estrangeiras, e grupos de trabalho abertos à submissão de resumos pela comunidade acadêmica.

As inscrições podem ser realizadas diretamente no site do evento (clique aqui). A realização do pagamento das taxas de inscrição até o dia 30/04/2012 dará direito a desconto.

O público-alvo inclui alunos de graduação e pós-graduação, pesquisadores e professores da área de Ciência Política e áreas afins, gestores públicos, assessores legislativos e outros profissionais de órgãos públicos.

domingo, 19 de fevereiro de 2012

III SEMINÁRIO DO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM SOCIOLOGIA DA UFSCar


O Programa de Pós Graduação em Sociologia da Universidade Federal de São Carlos, convida toda a comunidade a participar do III Seminário de Pós-Graduação em Sociologia que ocorrerá nos dias 7, 8 e 9 de maio de 2012.

A iniciativa de realização de um seminário anual do PPGS tem sua origem em 2010, contribuindo desde então para a consolidação e o fortalecimento do Programa da Pós-Graduação (Mestrado e Doutorado) em Sociologia da UFSCar. Neste ano, apresentamos a terceira proposta do Seminário com a temática “Sociologia em movimento: Novos olhares, novas perspectivas”.

O evento visa o intercâmbio acadêmico, propiciando um debate, em âmbito nacional, entre estudantes de graduação, de pós-graduação e pesquisadores em Sociologia e áreas afins. O objetivo é oferecer aos participantes atividades e debates sobre temas de fronteira das ciências sociais contemporâneas. Contaremos com a presença de pesquisadores de instituições do Estado de São Paulo e de outros Estados brasileiros em três Mesas Redondas, cada uma delas relacionada a uma das Linhas de Pesquisa do PPGS/UFSCar, bem como atividades culturais e uma Conferência Final.

Serão aceitos trabalhos inscritos na forma de comunicação ou pôster, direcionados a três Grupos de Trabalho: “Cultura, Identidades e Diferenças”, “Trabalho, Mercados e Mobilidades e “Conflitos Sociais, Instituições e Política”.

Os resumos poderão ser inscritos até o dia 03/03/2012.

Para mais informações acesse o blog: iiiseminarioppgsufscar.wordpress.com.

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

IIRSA E O SUBIMPERIALISMO BRASILEIRO

Israel Souza[1]

Depois de algumas considerações sobre o cenário geoeconômico que servirá de quadro à Rio+20, concluíamos o texto (Rio+20: cenário geoeconômico e tendências) que abriu a reflexão a que damos seguimento aqui com a seguinte indagação: Que liderança poderá exercer o Brasil na Rio+20? Vanguarda na transição rumo a uma economia que respeite os limites da natureza?
Sinalizávamos que observar o papel que o país hoje cumpre na América Sul, os grupos econômicos e os projetos que (interna e externamente) está a favorecer poderia ser muito instrutivo a esse respeito. Propomo-nos fazer isso através de sucinta análise da liderança brasileira no âmbito da Iniciativa para a Integração das Infraestruturas Regionais Sul-Americana (IIRSA).

            Integração sul-americana e atração de fluxos de capital

David Harvey (2005 e 2011) vem convincentemente argumentando que um dos principais motivos das crises capitalistas é a falta de oportunidades de investimento lucrativo, sem as quais o fluxo de capitais é interrompido. Tais oportunidades precisam representar segurança, a certeza (ou o que disso se aproximar) de menor custo e maior retorno. Elas podem se concretizar em gastos sociais, projetos de longo prazo, abertura de novos mercados, novas capacidades produtivas e novas possibilidades de recursos, sociais e de trabalho ou um misto disso tudo (HARVEY, 2005: 93-94).
A região que reunir essas condições - ou pelo menos algumas delas - torna-se importante polo de atração de capital. É obvio que condições assim não se criam do nada. Para isso concorre uma complexa e robusta articulação entre sistema financeiro, instituições de crédito e Estado. A atuação “subimperialista” do Brasil na América do Sul (e para além dela) mostra que o país está a fazer da região um polo atraente para fluxos de capitais, garantindo a eles favoráveis condições econômicas e políticas.
Dentre outras coisas, é o que se pode depreender do projeto de integração regional através da IIRSA. Em este âmbito, a liderança política brasileira e o financiamento público (via BNDES) têm garantindo a implementação de obras de perversos impactos ambientais e sociais, bem como o favorecimento a grandes grupos econômicos. Além de pretender integrar toda a América do Sul, essa Iniciativa também conta com obras que possibilitam a integração desse continente e da Amazônia Continental - através do Pacífico - com o Leste Asiático. Portanto, o projeto visa a integrar mais que a região sul-americana, com impactos danosos em toda a Pan-Amazônia.  
Para Ana Esther Ceceña, a IIRSA está “localizada na região do mundo que possui as maiores riquezas em termos de biodiversidade, água e oxigênio, e com enormes reservas de recursos energéticos e de quase todos os minerais” (CECEÑA: 2009: 18). A pesquisadora mexicana não hesita em considerá-la o projeto “mais ambicioso de ordenamento do território que se está desenvolvendo no mundo” (CECEÑA: 2007).
Conjugando-se com a reprimarização da economia já discutida no texto anterior, a amplitude do projeto e a variada e abundante riqueza natural fazem da região algo demasiado atraente para os bancos e para as frações “marrons” e “verdes” do capital. Atraente também para aquelas frações do capital que funcionam como uma espécie de intersecção entre estas e aquelas. Frações que chamamos “marrons-verdes”, dado que procuram se reproduzir ampliadamente valendo-se de ambos os padrões de acumulação (trataremos disso no próximo texto).   
Lançada em 2000, a IIRSA foi planejada em 10 Eixos de Integração e Desenvolvimento (EIDs), criando, segundo potencialidades e interesses econômicos, sub-regionalizações dentro da América do Sul (ver figura). Há, ao lado disso, a Área de Livre Comércio Sul-Americana (ALCSA), responsável pela integração entre os diversos mercados da região. O conceito de “regionalismo aberto”, um dos mais importantes pilares da Iniciativa, aponta para um cenário em que todas as barreiras (físicas, comerciais, político-nacionais etc.) seriam derrubadas, dando ao capital acesso irrestrito a tudo quanto possa significar oportunidade de lucro, dos mercados formados ou em formação aos bens naturais.
       
    Figura 1: Eixos de Integração e Desenvolvimento da IIRSA


A centralidade do BNDES e os favorecidos

Desde os primeiros anos deste século, a influência estadunidense vem sofrendo resistência na América do Sul. Tanto da parte de governos progressistas (“sociedade política”) quanto da parte de movimentos sociais (“sociedade civil”). Somado ao “relativo declínio” (FIORI: 2008: 21) dos EUA no cenário mais geral, isso representou um recuo de sua influência na região.
O Brasil aproveitou o favorável momento e avançou no recuo da potência do norte. Isolando os opositores mais radicais e cativando apoio interno (dos agronegócios, de gigantes da construção civil, de bancos, de organizações representativas das classes e dos grupos subalternos, dos setores mais pauperizados da população etc.) e externo (de governos de outros países, do capital financeiro, de organismos multilaterais etc.), Lula foi consolidando e ampliando a influência do país em toda região sul-americana. Para o que contou, além da liderança política, a atuação do BNDES.
Saltando de 2,6 bilhões, em 2001, para 6,7 bilhões, em 2008, o volume de seus investimentos superou o do BID na América do Sul (BADIN, 2009: 22). Em 2010, a carteira de crédito do BNDES foi de “162 billones de reales, 100 billones de dólares estadounidenses, más que la CAF, el BID y el Banco Mundial juntos” (SANTIESTEBAN, 2011: 45).
Em geral, os investimentos do BNDES em outros países se dão na forma de empréstimos. Além de submeter financeiramente os tomadores de empréstimos, o governo brasileiro consegue, por esta via, influenciá-los a contratarem empresas “brasileiras”. Isso é o que alguns chamam de “condicionalidades”. O banco estipula, diz-nos matéria de Patrícia Campos Melo, “que 85% dos produtos e serviços do projeto precisam vir do Brasil" (Com apoio do BNDES presença de empreiteiras brasileiras semultiplicam no exterior).
As empreiteiras têm sido bondosamente favorecidas por esses investimentos externos.  Sobremodo, pelos investimentos em infraestrutura. Segundo dados de Patrícia Campos Melo, o financiamento do BNDES para obras de empreiteiras “brasileiras” (as aspas são nossas) no exterior aumentou 1.185% entre 2001 e 2010, passando de US$ 72,897 milhões para US$ 937,084 milhões. Havia previsão de que, em 2011, os investimentos do banco em infraestrutura chegassem a US$ 1,3 bilhão. Isso representaria, no que toca ao favorecimento a empreiteiras, uma alta de 38% em relação a 2010.
Entre as empreiteiras eleitas, destacam-se Odebrecht, Andrade Gutierrez, OAS, Queiroz Galvão e Camargo Corrêa. Ainda segundo dados de Patrícia Campos Melo, somente entre 2009 e 2010, entre serviços e bens acoplados, sem incluir as construções, a Odebrecht exportou US$ 2 bilhões. Hoje, 58% da receita da Odebrecht Engenharia e Construção vêm do exterior (Vendas de obras de empreiteiras ao exterior são feitas em pacote, einclui o financiamento do BNDES).

            O “subimperialismo” brasileiro

Tal quadro parece concretizar uma espécie de variante da Doutrina Monroe: “América do Sul para os brasileiros”. Não resta dúvida sobre a força do Brasil e do BNDES na América do Sul e na Pan-Amazônia, onde, em razão dos interesses de certos grupos econômicos, submetem natureza, povos e Estados. Não resta dúvida também sobre a centralidade da IIRSA (e do PAC: Programa de Aceleração do Crescimento) na consecução desses interesses antiecológicos, antidemocráticos e colonialistas. As polêmicas envolvendo empresas “brasileiras” na Bolívia (Petrobras e, mais recentemente, a OAS) e no Equador (Odebrecht) bem o demonstram.
Diferentemente do que alguns sugerem, porém, isso está longe de significar a superação do domínio estadunidense no continente e a promoção de interesses genuinamente brasileiros. Interessa considerar que as empresas que hoje são um paradigma do êxito econômico do Brasil não são brasileiras. São empresas com capital brasileiro. Mas, como destaca Ceceña, que se nutriram de capital estrangeiro através das bolsas de valores internacionais. A entrada de capitais forâneos, muitos deles estadunidenses, coincidiu com a ampliação das atividades destas empresas, colocando-as em um melhor lugar no mercado mundial (CECEÑA, 2009: 19). Mesmo o BNDES tem se empenhado em captar recursos estrangeiros.
Nesse sentido, pode-se afirmar que o que está em curso é um desdobramento da desnacionalização-internacionalização à qual a economia brasileira ficou mais fortemente sujeita com a abertura do regime pós-ditatorial. A liberalização comercial e as privatizações bem expressaram essa realidade. Nas privatizações e fusões ocorridas durante o governo de Fernando Henrique Cardoso, entre um quinto e um quarto do PIB do Brasil “mudou de mãos” (BIONDI, 2003 e 2003a), “valor nunca alcançado mesmo se comparado à época da República Velha, quando o capital privado estrangeiro predominava nos transportes ferroviários e urbanos e na eletricidade” (OLIVEIRA, 2007: 31).
Durante esse período, “a parte do PIB brasileiro sob controle das multinacionais é da ordem de 50% a 60% (...)” (OLIVEIRA, 2007: 31). Destacando a “relação entre os processos de desnacionalização e privatização”, Gonçalves ressalta que “A participação média das estatais nas vendas totais das 500 maiores empresas caiu de 28,7% em 1980-1994, para 20,6% no período de 1995-2002” (GONÇALVES, 2006: 219).
Por outro lado, “A participação das transnacionais no total das vendas das 500 maiores empresas (capital produtivo) aumentou cerca de 31% em 1992, para 45,3% dez anos depois” (GONÇALVES, 2006: 218). E “Nesse mesmo período”, prossegue o autor, “a participação relativa das empresas privadas nacionais reduziu de 42,4%, para 37,3%”.
Como no quadro geral da economia brasileira, há também, no seio da IIRSA, um tenso e complexo entrelaçamento entre interesses de elites forâneas e elites nacionais-regionais-locais. Interesses que se chocam em alguns pontos, harmonizando-se em outros, mas sempre amparados pelo mesmo benfeitor Estado brasileiro. Bem compreendendo a natureza desse entrelaçamento, Ceceña afirma com segurança:

(...) é certo que o Brasil melhorou suas condições de negociação e sua margem de manobra. Isso não significa, entretanto, que um mega-projeto como a IIRSA não responda a um desenho estratégico desde os centros de poder hegemônicos (nos Estados Unidos). Mas, sim, é evidente que um projeto de tal envergadura favorece os interesses econômicos locais. Os interesses estratégicos na IIRSA, evidentemente, provêm das cabeças pensantes dos Departamentos de Defesa e de Estado e da cúpula empresarial dos Estados Unidos, mas o projeto despertou grande interesse entre as classes dominantes locais. Por isso, foi assumido por elas como próprio e lançado ao mundo pelo presidente Fernando Henrique Cardoso (CECEÑA: 2009: 19).

Há quem diga que tal entrelaçamento de interesses, sob liderança brasileira, é estratégico para a região sul-americana; que, num mundo globalizado, não poderia ser de outro jeito. Abrir-se-iam dessa forma importantes oportunidades para a economia nacional e para as classes subalternas. É oportuno, contudo, dar ouvidos a Ana Saggioro Garcia, pesquisadora do Instituto Rosa Luxemburgo, para quem não há ainda estudos que possam averiguar com dados qual é o retorno dos investimentos externos para a economia brasileira como um todo, principalmente para a classe trabalhadora. Para ela, o direcionamento dos recursos públicos do banco resulta, em grande medida, na concentração de certos setores da economia brasileira, e não em uma distribuição de renda (Parceria público-privada por hegemonia regional).
A Plataforma BNDES tem contundentemente denunciado que, à revelia da transparência com os gastos públicos, o governo brasileiro segue favorecendo, no exterior e em solo pátrio, grandes conglomerados empresariais e financeiros (inter e trans-nacionalizados), nos setores de mineração e siderurgia, papel e celulose, agropecuária, petróleo e gás, hidroelétrico e etanol, com intensos e extensos impactos sociais e ambientais (ver aqui).
Em que pese tudo isso, a liderança brasileira tem sido exitosa em aglutinar em torno da IIRSA até mesmo governos que muito teriam a contribuir com a promoção de outra civilização. Não sem razão, Santiesteban ressalta que, desde que a IIRSA foi lançada, o governo que “ha dado mayor impulso a la IIRSA es el de Evo Morales Ayma, cuyo Programa de gobierno 2010-2015 inscribe como suyo todo el paquete de proyectos IIRSA” (SANTIESTEBAN, 2011: 45).

            A Amazônia em tal quadro

Na Amazônia, região com abundantes e variadas riquezas ainda pouco ou nada exploradas, a IIRSA e o PAC, para favorecer uns poucos, resultarão em destruição ambiental, miséria e morte para muitos. Trazendo previsão de investimentos para o período 2007-2010, as figuras a seguir mostram a intenção do Governo Federal em conjunto com os governos da região de integrar, por vias diversas, a Amazônia ao processo mais geral de acumulação.

 




Em perfeita continuidade com o que fora formulado antes, hoje a previsão é que, até 2020, os investimentos, focando os agronegócios, geração de energia, transporte e mineração, cheguem a R$ 212 bilhões (Amazônia vira motor de desenvolvimento).
Como dito no texto anterior, o agronegócio cresceu em peso econômico e força política nos últimos anos. Tal força foi potencializada com a liberação da plantação dos transgênicos. Em 2011, o Brasil, pelo terceiro ano consecutivo, foi líder na “expansão do cultivo mundial de lavouras geneticamente modificadas”. Em matéria publicada no jornal Valor, Gerson Freitas Jr. aponta que no ano passado a área ocupada com transgênicos no país somou 30,3 milhões de hectares, um aumento de quase 20% ou 4,9 milhões de hectares em relação à safra anterior. Em 2011, o país plantou cerca de 69 milhões de hectares com soja, milho, algodão, canola, abóbora, papaia, alfafa e beterraba geneticamente modificados (Produtores brasileiros puxam avanço global docultivo de transgênicos).
A Amazônia tem servido a esta expansão. E, chegando à região, com as mazelas sociais e ambientais já bem conhecidas de todos, os senhores do agronegócio reclamam infraestrutura para exportar a produção. Os projetos estatais para a região procuram atender a reclamação supra através de rodovias, ferrovias e hidrovias, como mostram as figuras. Estas últimas estão casadas com as hidrelétricas, cuja produção de energia está voltada, quase em sua totalidade, para outras regiões do Brasil e para indústrias eletrointensivas. Algumas dessas indústrias são estrangeiras, abrem poucos postos de trabalho, consumem muita energia e provocam verdadeiras catástrofes ambientais. É com razão que encontram cenário desfavorável para atuarem em seus países sede.    
Terra abundante, fenomenal potencial energético, estratégica via de acesso ao Pacífico e ao mercado asiático, riquezas naturais abundantes e variadas; vasta região com pouca infraestrutura e, portanto, passível de receber investimento em obras de grande porte, ainda que inúteis e/ou ameaçadoras para a maior parcela dos sujeitos que nela habitam e para a paisagem natural. Tudo isso faz da Amazônia algo economicamente atraente para o fluxo do capital em suas variadas frações.

Legislação sob ataque
    
Mudanças na legislação - já ocorridas ou em curso - expressam a tendência a deixar as coisas ainda mais favoráveis aos negócios. Destaques: a lei da grilagem de terras, a liberação dos transgênicos, o Novo Código Florestal, a fragilização de órgãos fiscalizadores (como o Ibama), aceleração nas licenças ambientais para construção de obras e projetos de exploração, a tentativa de fazer com que a homologação de terras indígenas e quilombolas passe pelo aval do Congresso, a abertura de terras indígenas à mineração.
Nesse cenário, a segurança do capital significa insegurança, violência e até morte para aqueles que ocupam os territórios desejados pelos senhores do dinheiro.

De volta ao começo

Como vimos, desde a última década, o Brasil vem se afirmando como hegemon regional na América do Sul. No projeto de integração regional, o país tem usado sua liderança política e o poder do BNDES para fazer da região um polo de atração de fluxos de capitais os mais diversos. O resultado tem sido o favorecimento a grandes grupos e setores econômicos cujas práticas são sabidamente danosas à natureza e àqueles cuja sobrevivência depende mais diretamente de seus bens.
O que já foi executado e o que se planeja executar no âmbito da IIRSA (ver IIRSA 10 años después: sus logros y desafíos) mostram que seria ingenuidade crer que, na Rio+20, o Brasil possa assumir compromissos que apontem noutra direção. Infelizmente, sua influência se fará sentir sobre a América do Sul, mesmo sobre governos que poderiam contribuir com a promoção de outro tipo de civilização. Os desacordos e conflitos entre movimentos sociais e governos na Bolívia, no Equador e no Peru, pelo menos por enquanto, apenas reforçam a observação. Propostas como a Unasul (União das Nações Sul-Americanas) e a Celac (Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribe), no pé em que estão, parecem insuficientes para alterar substancialmente tal quadro.
Enganar-se-á, porém, aquele que achar que o Brasil não haverá de endossar a tal “economia verde”. O mesmo se pode dizer daquele que considera a referida economia como mero discurso, algo que somente encobre a velha prática predatória de sempre. A nosso ver, a adoção da “economia verde” abre novos mercados e consolida outro “padrão de acumulação”, paralelo em alguns pontos à “economia marrom” e complementar, em outros. Podendo levar a cabo a pan-mercantilização da natureza e da vida, o capital ganhará ao depredar e ganhará ao preservar o patrimônio natural. Para a Amazônia, numa e/ou noutra perspectiva, o resultado será o recrudescimento do “colonialismo interno” (CASANOVA: 2007) e do “estado de exceção” (AGAMBEN: 2004) a que região está secularmente submetida. Ocupar-nos-emos disso no próximo texto: “Economia verde”: uma (in)verdade conveniente.


Referência bibliográfica

AGAMBEN, Giorgio. Estado de exceção. São Paulo: Boitempo, 2004.
BADIN, Luciana. BNDES: exportando desigualdade. In Rede Brasil. Contra Corrente, Novembro, 2009.
BIONDI, Aloysio. O Brasil privatizado: um balanço do desmonte do Estado. São Paulo, Perseu Abramo: 2003.
BIONDI, Aloysio. O Brasil privatizado II: o assalto das privatizações continua. São Paulo, Perseu Abramo: 2003a.
CASANOVA, Pablo González. Colonialismo interno (uma redefinição). In BORON, Atilio A. et al. (orgs). A teoria marxista hoje: problemas e perspectivas. Buenos Aires: Conselho Latinoamericano de Ciências Sociais (CLACSO). São Paulo: Editora Expressão Popular, 2007.
CECEÑA, Ana Esther. et al. Territorialidade de la dominación: la Integración de la Infraestrutura Regional Suldamericana (IIRSA), 2007.
CECEÑA, Ana Esther. Hegemonia X Utopia. In Rede Brasil. Contra Corrente, Novembro, 2009.
FIORI, José Luís. O sistema interestatal capitalista no início do século XXI. In FIORI, José Luís et al. O mito do colapso do poder americano. Rio de Janeiro: Record, 2008.
GONÇALVES, Reinaldo. Desestabilização macroeconômica e dominação do capital financeiro no Brasil In BASUALDO, Eduardo A. e ARCEO, Enrique (comp.). Neoliberalismo y setores dominantes: tendencias globales y experiencias nacionales. Buenos Aires: CLACSO, 2006.
HARVEY, David. O novo imperialismo. São Paulo: Edições Loyola, 2004.
HARVEY, David. O enigma do capital e as crises capitalistas. São Paulo: Boitempo Editorial, 2011.
IIRSA 10 años después: sus logros y desafios. Buenos Aires. BID-INTAL: 2011.
MARINI, Ruy Mauro. La acumulación capitalista mundial y el subimperialismo. Tomado de Cuadernos Políticos n. 12, Ediciones Era, México, abril-junio de
OLIVEIRA, Francisco de. A era da indeterminação In OLIVEIRA, Francisco de e RIZEK, Cibele Saliba (orgs). A era da indeterminação. São Paulo: Boitempo Editorial, 2007.
SANTIESTEBAN, Gustavo Soto. Uma mira macroscópica al conflicto Del TIPNIS In Agência latinoamerica de Informação. El cuento de La economia verde. Ecuador, 2011.



[1] Cientista Social, Membro do Núcleo de Pesquisa Estado, Sociedade e Desenvolvimento na Amazônia Ocidental (NUPESDAO) e do Movimento Anticapitalista Amazônico (MACA). E-mail: israelpolitica@gmail.com